Justiça britânica tira nacionalidade de jovem que fugiu para casar com membro do Estado Islâmico

Em 2015, Shamina Begun, então com 15 anos, viajou à Síria sem que seus pais soubessem, mas depois disse ter se arrependido e pediu que juízes do Reino Unido reconsiderassem retirada de nacionalidade. Imagens da polícia de Londres mostram as adolescentes Kadiza Sultana, de 17 anos, Shamima Begum e Amira Abase, ambas de 15, passando pelo controle de segurança no aeroporto de Gatwick antes de pegar um voo para a Síria em 2015.
Metropolitan Police/AP
A Justiça britânica retirou nesta quarta-feira (22) a nacionalidade de uma adolescente que viajou à Síria para se casar com um combatente do grupo terrorirsta Estado Islâmico.
Em 2015, Shamima Begum, então com 15 anos e estudante de uma escola de classe média alta de Londres, foi à Síria com duas amigas para se unir aos terroristas no país do Oriente Médio, após ficar noiva de um mebro do grupo que conheceu pela internet.
A viagem de Begum gerou um grande debate público no Reino Unido na ocasião por conta da idade das adolescentes. Seus pais não sabiam da viagem.
A sentença da Justiça britânica desta quarta apenas confirma uma decisão anterior favorável à retirada da cidadania de Begum. Os advogados da jovem haviam recorrido alegando que ela foi coagida, mas os juízes rejeitaram o recurso, com o argumento de que a menina tinha recursos sufucientes para saber para onde ia.
Begum, agora com 23 anos, vive em um campo de refugiados no norte da Síria e tem tem expressado arrependimento por suas ações e simpatia pelas vítimas do Estado Islâmico.
O Ministério do Interior do Reino Unido emitiu um comunicado nesta quarta-feira, demonstrando estar "satisfeito que o Tribunal tenha decidido a favor da posição do Governo".
Begum é uma das centenas de europeus que foram à Síria ou ao Iraque se unir ao Estado Islâmico. Esse fluxo diminuiu a partir de 2019, principalmente por conta das dificuldades econômicas do grupo terrorista, cercado por diversas operações de forças dos Estados Unidos e da Europa.
Em um documentário lançado no ano passado, a jovem se mostrou arrependida e contou que percebeu, assim que chegou à Síria, que o Estado Islâmico estava prendendo pessoas para aumentar os números do califado e "ficar bem em vídeos (de propaganda)".
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