O Dr. James Hamblin, um médico e professor da Universidade de Yale, causou polêmica ao revelar que passou oito anos sem tomar banho. Ele decidiu adotar essa prática extrema para testar e provar suas teorias sobre higiene e microbioma da pele.

Em 2014, Dr. Hamblin, que também é escritor e jornalista de saúde, iniciou sua experiência radical ao parar de tomar banho regularmente. Durante esse período, ele fez apenas lavagens ocasionais das mãos e enxaguou o corpo com água quando necessário, sem o uso de sabonetes ou shampoos. Sua intenção era observar as mudanças em sua pele, odor corporal e saúde geral ao longo do tempo.

Hamblin argumenta que a prática de banhos diários e o uso excessivo de produtos de higiene pessoal pode estar prejudicando a saúde da pele ao remover as bactérias benéficas que compõem o microbioma cutâneo. Segundo ele, a flora bacteriana natural da pele é essencial para a proteção contra patógenos nocivos e para a manutenção do equilíbrio da pele.

Em suas palestras e publicações, Dr. Hamblin destaca que, após o período de adaptação inicial, seu corpo passou a regular melhor o odor e a oleosidade da pele. Ele relata que não sofreu com problemas graves de odor corporal e que sua pele se manteve saudável, sem infecções ou irritações significativas.

O experimento de Hamblin gerou debates intensos na comunidade médica e entre o público em geral. Especialistas apontam que a experiência individual do médico pode não ser representativa para todos, uma vez que fatores como estilo de vida, alimentação e genética podem influenciar a resposta do corpo à falta de banho.

Embora muitos concordem que banhos diários podem não ser estritamente necessários para a saúde, a maioria dos dermatologistas ainda recomenda práticas de higiene regulares, especialmente em climas quentes ou para pessoas com condições de pele específicas.

Dr. Hamblin publicou suas descobertas no livro "Clean: The New Science of Skin and the Beauty of Doing Less" (em tradução livre, "Limpo: A Nova Ciência da Pele e a Beleza de Fazer Menos"), onde explora a ciência por trás da higiene pessoal e questiona as práticas convencionais de limpeza.